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A tragédia dos comuns ou tragédia dos bens comuns refere-se a uma situação em que os indivíduos, agindo de forma independente, racional e de acordo com seus próprios interesses, atuam contra os interesses de uma comunidade, esgotando os bens de uso comum (em inglês, Commons). Segundo a hipótese da "tragédia dos comuns", o livre acesso resultaria na superexploração de recursos finitos, provocando o seu esgotamento.
Esse conceito foi baseado originalmente em um ensaio escrito pelo matemático e economista William Forster Lloyd sobre posse comunal da terra, em aldeias medievais, embora tenha sido popularizado pelo ecologista Garrett Hardin, no ensaio "The Tragedy of the Commons", publicado em 1968 na revista Science. Todavia, a hipótese propriamente dita é tão antiga quanto Tucídides e Aristóteles. O fenômeno já foi observado em situações concretas, como a do Boston Common, em que a superexploração fez com que o Common deixasse de ser usado como área de pastagem pública.
Entretanto, a economista Elinor Ostrom, vencedora do Prêmio Nobel (em conjunto com outros pesquisadores), revisitou a obra de Hardin em 1999, descobrindo que a tragédia dos comuns não é tão prevalente ou tão difícil de resolver como Hardin sustentou, uma vez que os moradores frequentemente criaram soluções para o problema dos comuns; porém ocorre que, quando os comuns eram tomados de assalto por indivíduos não-locais, essas soluções deixavam de ter aplicação efetiva. O cientista político Robert Axelrod, da Universidade de Michigan, também argumentou que mesmo indivíduos interessados apenas em seu próprio bem-estar irão encontrar formas de cooperar, uma vez que o autocontrole coletivo serve tanto aos interesses do indivíduo quanto aos do grupo. Sendo assim, alguns autores sustentam que em vez deste fenômeno ser chamado de "A Tragédia dos Comuns", ele deveria ser chamado de "A tragédia do fracasso dos Comuns".